Grupo: 13 & God
Título: 13 & God
Ano: 2005
Editora: Alien Transistor
Formato: CD
Obs: Distribuído por Flur
Não é difícil falarmos em super-grupo quando nos referimos
aos 13&God. Naturalmente que a escala é moderada,
não pelo talento dos músicos que corporizam o projecto - que esse
é enorme - mas pelo verdadeiro alcance que poderá ter na indústria
musical. Mas a sua multidisciplinar aproximação à colagem
sonora e o facto de estarmos perante uma união de facto de dois projectos
com sangue criativo nas veias, um de cada lado do atlântico, torna-o de
imediato o centro das atenções e um disco que é impossível
desprezar. Senhoras e senhores, eis o elo que materializa a união entre
os Notwist, lustrosos representantes da kraut-pop,
desenhada por melodias e electrónica, com os Themselves,
projecto de Doseone (cLOUDDEAD), Jel
e Dax Pierson, e que se ergue como uma das bandeiras
significativas do universo Anticon...
E o que leva estes dois eixos a unirem-se na busca de um ponto de reflexão
comum? Markus Acher, Micha Acher
e Martin Gretschmmann (os Notwist)
sempre congeminaram estratégias múltiplas de colaboração.
Lembre-se que os dois primeiros estendem a sua actividade nos Lali Puna
e o terceiro nos Console, todos abrigados num chapéu eclético
empunhado pela Morr Music. Por seu turno, a promiscuidade criativa
reina na Anticon, casa editora que sempre acolheu as mais idiosincráticas
junções criativas em torno de inúmeros projectos. Para
acentuar a tendência, as suas editoras começaram a realizar aproximações
sucessivas que incentivaram não só edições cruzadas
(com recurso a remisturas e participações artísticas mútuas),
como também, ainda mais significativamente, a eclosão deste super-projecto.
Daqui resulta um disco que surpreende. A verdade é que não se
resume à simples adição de contribuições
ou mesmo a uma equação mais complexa que envolva os percursos
isolados dos seus componentes. É exactamente daí que parte mas
adopta uma atitude dinâmica de verdadeira interacção que
torna infrutíferas quaisquer tentativas para percebermos onde começa
a influência de uns e começa a de outros. Não é pop-meets-hip-hop!
Primeiro porque Notwist não é pop convencional
e muito menos Themselves significa hip-hop, tal qual
vem descrito nos compêndios. Depois porque a matriz encontrada eleva o
conjunto a um patamar superior, talvez não catalogável, onde as
emoções se sucedem em oposição constante, a melodia
se opõe ao nonsense, e a electrónica deixa um nítido
lastro de reconfiguração morfológica.
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